sexta-feira, 15 de julho de 2011

TELEFONEMA


TELEFONEMA

Está sol e eu acordei
de sorriso na alma:
um sorriso escancarado e grande,
tão grande,
que nada nem ninguém o poderão estancar.

Sorriso, ou clarão?
Tanto faz,
já que um e outro iluminam.

Eu não sei se isto é paixão
ou se é amor,
mas sei que me sinto em festa,
com luminárias nos olhos,
música a soar nos ouvidos
e um aroma a doce antigo
a consolar as narinas
e a invadir-me os pulmões.

Feliz,
apetece-me beijar o chão,
oferecer flores a quem passa
e queimar incenso
em louvor dos Deuses todos,
mormente daquele que desenha os destinos
e conseguiu
acender ontem em ti
o desejo de me ligares.
  
Miguel Leitão
in "O tempo e as coisas"

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