sábado, 4 de fevereiro de 2012

QUATRO PAREDES VAZIAS

QUATRO PAREDES VAZIAS

Quatro paredes vazias
Os silêncios dos homens
Que em seu lugar labutam
São presenças.
Tudo parado
Motores, máquinas,
As correntes, alavancas e os cabos.
Do sincronismo
Se adivinha o poder de determinar.
Tudo está estático.
O mecânico com fim preciso
Regula o ordenado
Que choras de riso.
Inerte a matéria
Aos olhos fechados
Transformas no vazio
Os monstros sagrados.
Dormes por momentos
O que parece infinito
E trabalhas o sustento
De tudo que é rico.
Quatro paredes vazias
Guardando o progresso
Vaga é a razão do seu fim
Que encontras sempre
No regresso.
E com luz coada
Nas quatro paredes vazias
Reflectem-se os dias
Escondem-se os silêncios.
Tudo mudou
Motores, máquinas
As correntes, as alavancas e os cabos.
Adivinha
A vida voltou
O homem acordou.

Luís Pedro Viana
21.07.95

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