sábado, 28 de agosto de 2010
MANHÃS DE AGOSTO de Maria Antónia de Carvalho Mendes Ribeiro
MANHÃS DE AGOSTO
de Maria Antónia de Carvalho Mendes Ribeiro
Nestas quentes manhãs do mês de Agosto,
Debaixo dos frondosos arvoredos,
Escutando o chilrear da passarada,
E das crianças avistando seus folguedos,
Fico a cismar, embalada nesta calma,
E em todo este ambiente natural.
Como é possível tudo o que acontece
E que eu leio nas noticias do jornal!
São as guerras fraticidas do Kosovo,
É a luta amordaçada de Timor!
Um povo cujo desejo é ser livre
E que vive debaixo do terror!
São os desastres imensos nas estradas!
Dos que correm desafiando a sua sorte,
Para chegar mais cedo, não, à vida,
Mas, muitas vezes, sim, mais cedo à morte!
É a guerra, é a fome, em Angola!
Onde as crianças apanham o milho pelo chão!
Meia dúzia de grão que eles comam,
Representam, li eu, a refeição!
São os crimes, os roubos, tudo enfim,
Que me deixam muito triste e a pensar:
Será que a humanidade está tão louca,
Que já não tem capacidade para amar?
Depois de tudo isto que fui lendo,
Debaixo dos frondosos arvoredos,
Já nem ouço o chilrear da passarada
E mal avisto, das crianças, seus folguedos.
Agosto de 1999
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