sexta-feira, 25 de março de 2011

Quadros Collados

Quadros Collados

Pedras vieram de pedreiras,
Vítimas de tiros,
Estilhaçadas em blocos,
Sofreram retoques
Foram aparelhadas,
Em paredes montadas,
Paredes nuas, amarelecidas,
Cinzentas!

Felizmente que pinturas,
Em quadros imponentes,
Retratam populares figuras,
Que cobrem a nudez das pedras
Para ouvirem Poesia na Galeria Portuense,
E assim,
Quadros Collados nas paredes dependuradas,
E versos por poetas cantados,
Justificam a vinda à Galeria de Pintura, aos Sábados,
Para ouvir poesias
E ver as pedras despidas,
Mas cobertas com Collados pinturas
E felizes de assim se verem vestidas!

.......................xxxxxxxxxxxx.....................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
(nota: feito durante a sessão se poesia, na Galeria Vieira Portuense,
dia 19/03/2011 e oferecido ao pintor Gozález Collado)

quarta-feira, 23 de março de 2011

MEU PORTO ALTERADO

MEU PORTO ALTERADO

Que fizeram de ti
Meu velho Porto?
Que fizeram de ti
Minha cidade?
Quanta mudança
Sofreste, meu torrão!
Querem tornar-te
Em terra sem idade?
Querem tirar-te sem dó
Teu coração?
Os teus jardins, tuas ruas, tuas praças,
Estão a pouco e pouco
A alterar-se.
Por quem te não “viu”
Por quem te não “sente”.
Mas foi assim, como eras,
Que encantaste!
Diz isso muito alto,
Diz,
A toda a gente!

Maria Antónia Ribeiro

terça-feira, 22 de março de 2011

MARÇO

Maria Lourdes dos Anjos
Fernanda Cardoso



Amândio Vasconcelos

Teresa Gonçalves




Artur Santos
João Pessanha
Maria Antónia Ribeiro
Ana Almeida Santos
Pintor José González Collado
Carlos Andrade e Fernando Morais

UMA CASA ESPECIAL

UMA CASA ESPECIAL
( Reabertura do C.C.C.C. – 5/02/2010)

É uma casa muito especial
O centro de convívio de Costa Cabral

Amplos salões, majestosa arquitectura
Deixam em nós uma certa nostalgia
Neste ambiente de calma e de ternura
Utentes convivem em sã companhia

É uma casa muito especial
O centro de convívio de Costa Cabral

Por entre sinais de um passado elegante
Seus tectos pintados de belíssimas cores
Encontrou espaço a tecnologia recente
Os, já indispensáveis, computadores

É uma casa muito especial
O centro de convívio de Costa Cabral

Além de culturais actividades
Há o baile, os docinhos, o chá-mate
Assim se enraízam amizades
E as horas têm sabor a chocolate…

É uma casa muito especial
O centro de convívio de Costa Cabral
 
                                         Maria Augusta da Silva Neves
in "Turbilhão de Emoções"

MANIFESTO CONTRA A ESCUMALHA

MANIFESTO CONTRA A ESCUMALHA

Batei palmas magarefes
Ri-te muito carroceiros
escribas desempregados
falsários de papel-moeda
e outros azeiteiros.

Batei palmas ao poema
que hoje é o vosso dia
o dia dos sifliticos, os de cú pró ar

que se urinam e que clamam
alarvemente nas ruas
batei palmas por este dia
babai-vos na raiva que trazeis
desde o berço.
Aliviai a cachola oh vermes
batei os tamancos no chão
com os vossos colegas monitores
telefonadores inveterados
dos vossos vinte telemóveis
do último modelo da vigarice

Cuspi para o chão sem vergonha
condutores embriagados
corroídos pela sida
que fazeis tudo em contra mão
(até o que fazeis às escuras
com a criada de ocasião)
Sim. Escancarei a goela
desdentados da carne de corvo
mostrai o horror das vossas vidas
de enfermos adiados
que é esse o destino de Portugal
( ter criminosos em liberdade )
para que os honestos não possam
sequer manifestar-se
para que os tímidos
os que nunca praguejaram
os que cedem o lugar no autocarro
os que não se embebedam com whisky
que respeitam a sua vez e a vez dos outros
nas filas mortais
da segurança social

Os que nunca vão à Igreja Comerciante
onde os casamentos e batizados
são  vendidos a preço de ouro
pelo vendilhão-padre de serviço.
Os que, em suas casas, não põem
a Rádio mais alta que o normal
porque são bons vizinhos
e conduzem com toda a segurança
e bebem chá sem pôr demasiado açúcar
e não falam da vida alheia,
não subornam nem são subornados
não se comprometem com a ignorância
nem com a caridade lucrativa
ou com a bondade de circunstância.
Todos esses que desprezais
mas existem na sua dignidade
vão tirar-vos o sono

com o seu exemplo
para um dia vos arrependerdes
se for possível ainda…
ó alarves da comida mais barata
do mini-preço
ó calhaus brutos da iliteracia
ó incapazes de amor e ternura
da dádiva de carinho
matriculados na prisão e não na Escola
matriculados no Aljube da sacanagem
mentirosos de profissão e de vaidade
hoje, é o vosso dia
o dia do escârneo e do vómito.
Convosco virão os falsos poetas
os do nada aprender e começar
do nada ler para assimilar
a grandeza da nossa língua.
Convosco vêm de braço dado
os donos dos lupanares
a recitar quadras “popularistas”
e receitas de cozinha.

Convosco virão os arrogantes escritores
das suas capelas fechadas a cadeado
e de janelas gradeadas para lá
não entrar a voz da Poesia.
Alpendurados de medalhas de desonra
dos seus prémios de concursos “feitos”
e nunca publicados em lugar algum
da torre e da espada!
Porque eram sobrinhos e afilhados
de algum  reitor, juiz ou bispo
ou gerente de Banco e alfaiate do rei.
Convosco virão as bailarinas gordas
a dançarem em pontas com as banhas
a morgadinha dos canaviais
ou a doida do Candal
ou a outra da cova da iria
e dos três pastorinhos
OH. Sim, ó mastodontes
dos Cafés mais chiques
com os vossos filhotes de laço
e flor na lapela num chão de detritos
e pontas de cigarro estrangeiro.

Hoje é o vosso dia de Carnaval foleiro
da ceia dos cardeais do Júlio Dantas
e do discurso do António Ferro.
Convosco estarão as “grandes” cantoras
do cançonetismo nacional rançoso
de olhos felinos e decotes parabólicos
como a Ágata, Rute Marlene e outras
do mesmo nível. Todas falsas como judas
com seus estúpidos amantes
penteados e vestidos pelo herman
e comentadores de futebol que vêm de
Lisboa de propósito para relatarem um jogo
entre equipas do Norte.
Chorai sanguessugas que hoje é o vosso dia
e eu venho de preto a esse funeral.

                                                 Fernando Morais

NOSTALGIA PELOS RABELOS

NOSTALGIA PELOS RABELOS

Entre montanhas de xisto
Em vinhedos transformadas,
Desliza suave o Douro,
Como cobra coleante,
Em paisagens encantadas.
Vão de velas desfraldadas
Os elegantes rabelos,
Rio abaixo até ao Porto
Levando o néctar divino.
Como era tão belo vê-los!
Estas imagens de sonho
Há muito que nos deixaram.
Ficou-nos a nostalgia
De beleza indescritível
Que aos outros tanto encantaram.
Já não levam vinho “fino”
Transportam, hoje, turistas.
Apesar desta mudança
São um bonito postal
Pros olhos de todo o mundo
Deste País, Portugal!

Maria Antónia Ribeiro

PARQUE INFANTIL

PARQUE INFANTIL
(do Palácio de Cristal)

O parque está tão diferente!
Todo bem estruturado
Tem uma torre, uma ponte
Como um castelo encantado!
E ali, por breves momentos
Com o seu neto pela mão
Voaram meus pensamentos
E entrei, num turbilhão:
Às rodinhas, ao lencinho,
À macaca, ao esconde-esconde
A saltar ao pé-coxinho,
A correr, não sei p’ra onde…
À bola e à cabar-cega
Triciclo e trotinete
O baloiço, o escorrega
Os patins, a bicicleta…

           - Vovó!
As migalhinhas lançando
Para o lago dos patinhos,
Meu vestido esvoaçando
Na roda dos cavalinhos

           - Voooovó!...
Com as trancinhas desfeitas,
Os lacinhos desatados,
As meias sujas e rotas,
Os sapatos esfolados!

- Vovó! Não me viste a acenar
Lá do barco dos piratas?!

- Desculpa! Andava a brincar
Neste parque de outras datas!

Maria Augusta da Silva Neves
in "Turbilhão de Emoções"

sábado, 19 de março de 2011

19 de Março de 2011

Manoel do Marco

Constância Néry

Domingos da Mota e Miguel Leitão
Eduardo Roseira
Eduardo Roseira e Constância Nery



João Pessanha (à esq.)






Carlos Andrade e Fernando Morais
À esq. os irmãos Silvestre Bastos e António Bastos, ao lado Domingos da Mota,
Miguel Leitão, ao fundo Manuel do Marco
Fernanda Cardoso, Carlos Andrade na viola, Fernando Morais,
Lourdes dos Anjos, Lourdes Martins

Eduardo Roseira (nas escadas) a recitar "Canção do Zé de Gaia"

Silvino Figueiredo ao lado do pintor Collado
Lourdes dos Anjos a recetar os "Pregões"


Fernanda Cardoso

Lourdes Martins
Leonor Reis
Amândio Vasconcelos
Carlos Andrade
Manuel do Marco
Teresa Gonçalves
Silvino Figueiredo

Artur Santos

João Pessanha
Fernando Morais
Maria Antónia Ribeiro
Maria Augusta Neves
Ana Almeida Santos
José González Collado