quarta-feira, 25 de julho de 2012

Porto Triste e Marginal


Porto Triste e Marginal

A minha cidade está mais pobre
Mais só, mais triste, mais vazia
E tu, e eu e todos nós somos culpados
Todos somos cúmplices, quem diria!
Sabem onde adormeceram os leões alados
Enquanto revolviam a cidade de lés a lés?
No velho Matadouro do Porto, abandonados,
De asas partidas de tantos pontapés.
Repararam-se depois. O Povo pagou
Com os impostos que alguém nos roubou.
E o soldado da Praça de Carlos Alberto?
Sem coroa de louros, sem arma de guerra!...
É esta a minha, a nossa terra?


Finalmente, um golpe de mestria
Roubaram e retalharam a ANJA. Quem diria?
Filha de José Rodrigues. Morava em frente da Cordoaria.
Ontem foi Mercado do Anjo. Hoje, Praça da Capital
Zona nobre da Cidade. Ninho de vida marginal.
Quase acabava “cremada” numa reles fundição
Vendida sem glória, sem plausível razão
Por cento e dezassete euros…dinheiro vil
Escondido, por mãos sujas, em hediondo covil.
 
É este meu Porto desintoxicado de exclusão social
Em tempo breve de qualquer campanha eleitoral
É a cidade abandonada, que apodrece envolta em neblina
Dilacerada por abutres e aves de rapina
Porque te matam, meu Porto?
Que fizeste para tanto te desprezarem?
Oh, Porto, meu Porto, meu berço
Já não há gente capaz de te defender?
Se achares que tal mereço
Não desistas.Não morras sem eu morrer!
 
Lourdes dos Anjos

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