terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O POEMA DO SONO

Carlos Dugos
O POEMA DO SONO

Inquietamente, o nosso sono demanda à pressa
os seus migratórios voos sobre mim.
O seu provisório ímpeto torna-se perceptível
e tudo, tudo se purifica,
se destila numa vitrina de seda,
dando lugar à
arquitectura dos sonhos.
Deixo escapulir de mim a luz,
como se de uma ternura se tratasse
e o escuro aparece,
solenemente como um intruso.
Na inocência despudorada,
ao idioma do dia seguinte.
Admirável e logicamente, sobreviveu apenas
um bocejo.

Ahhhhhhhhhhhhh!

Kim Berlusa

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