José González Collado
VIVER NAS HORAS MORTASÉ nas horas absortas,
as tais ditas horas mortas
que consigo viver mais.
É quando zarpo do cais,
tripulando o pensamento,
no revolto mar do tempo,
tempo que nunca é demais.
Procuro,
na linha do horizonte,
a tal seta que me aponte
qual o rumo a tomar.
Descubro-o no navegar do divagar.
Aguaceiros de palavras,
ventos de prosas e rimas,
fustigam-me
o barco-alma,
ó tempestades divinas.
E na ilha do instante,
Alagam-se em luz,
todas as janelas.
Abrem-se em êxtase todas as portas,
para entrar o meu viver,
nas tais ditas horas mortas.
Kim Berlusa
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