quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CARTA DUM DEFUNTO, A QUEM LHE FEZ SUMIR O SUPER-EGO


CARTA DUM DEFUNTO, A QUEM LHE FEZ SUMIR O SUPER-EGO

Faltará o super Ego, interior dos interiores, o esconderijo, pode ser o do Kafka, a cova.
Residirá no desconforto das minhas atrevidas palavras, nem sempre sentidas, por quem se… esconderá à superfície, que não há instituição, por muito que óbvias,
que acolherá os motivos, sejam os quais, que não sejam partilhadas que penetrem até à auto-estima, seja qual for o horizonte.
Não há, de facto, funções reais, sem o hálito do Super-Ego, local das últimas, mas gravadas emoções. Nem que a vaca tussa! Nem que se publique, seja na pedra, ou nas bolsas gastro/libidinosas.
O super-ego, esse não aparece de cuecas, nem tapa, qualquer que seja a moda. É preciso decantá-lo, forçando-lhe o vómito
E nada mais óbvio. Porque o super-ego tem outra química, dificilmente se drena a si próprio.
Logo, nunca chegará a “irredutitibilidade” do último Ser.
Confesso, também, que pouca espuma se nos aparece à superfície. Mas engulhos se encontrará, por muito o tal ego se venha, que se possa intelectualizar o verdadeiro motivo: a partilha da cova, do Super-Ego.

Virgílio Liquito

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