onde um lado é verde azul
espuma pedra e sal
sobra nos lábios o poema
do canto das gaivotas
onde um lado é flauta de brisa
estende-se o hálito fresco
pelas artérias das planícies
e o perfume solar.
deitado sobre todos os verbos
é transfusão de seiva
confluente divino a acariciar
o rasto da salvação
onde vibra em perfeição activa
hastes de aromas e sabores
os arranjos florais desenhados no horizonte
assumem o poder do pulmão
onde os olhos das aves viajam em asas de alegria
veste-se o céu para sorrirem rios
e favos de esperança cobrem a floresta
onde se descobrem mariposas a remover a vida
de joelhos liberto segredos confiados às estrelas
reparto-me nos afluentes do amor
invoco cortejos de preces
fico grávida de contemplação
no silêncio crepuscular
sobra nos lábios o poema
porque as palavras crescem
mas… são pequenas para te louvar.
Teresa Gonçalves
in “pleno verbo”
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