sábado, 14 de janeiro de 2012

onde um lado é verde azul


onde um lado é verde azul
espuma pedra e sal
sobra nos lábios o poema
do canto das gaivotas

onde um lado é flauta de brisa
estende-se o hálito fresco
pelas artérias das planícies
e o perfume solar.
deitado sobre todos os verbos
é transfusão de seiva
confluente divino a acariciar
o rasto da salvação

onde vibra em perfeição activa
hastes de aromas e sabores
os arranjos florais desenhados no horizonte
assumem o poder do pulmão

onde os olhos das aves viajam em asas de alegria
veste-se o céu para sorrirem rios
e favos de esperança cobrem a floresta
onde se descobrem mariposas a remover a vida

de joelhos liberto segredos confiados às estrelas
reparto-me nos afluentes do amor
invoco cortejos de preces
fico grávida de contemplação
no silêncio crepuscular

sobra nos lábios o poema
porque as palavras crescem
mas… são pequenas para te louvar.
                     
Teresa Gonçalves
in “pleno verbo”

Sem comentários:

Enviar um comentário