AMOR AUSENTE
Jorge Vieira
Amor ausente, amor agrilhoado,
Preso às correntes da ingratidão;
És o pulsar inquieto, amordaçado
Que faz de um querer, a negação.
Amor, que adormeces as nevralgias
E a ansiedade da agitação;
Viajas à pressa todos os dias,
Enquanto bate o teu coração.
Amor vendido à vil tirania,
Das palavras agrestes do desamor;
Enquanto danças na nostalgia,
Alimentas a paixão com o teu calor.
Esse calor que passeia indolente,
À espera de uns lençóis p’ra naufragar;
É um cansaço de um amor ausente,
Que se entrega para despertar.
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