A PASTORA ROUXINOL
De Álvaro Barciela, poeta popular do Bonfim
Ainda mal rompia o sol
Já se ouvia um rouxinol
No adro da velha igreja.
Rouxinol era a pastora
De voz meiga e sedutora
A todos fazendo inveja.
De tez morena, tão bela,
E a voz vinda da estrela,
Descia da serra às aldeias.
Com o rebanho ali perto
E o cão sempre desperto,
Afastando as alcateias.
Mas, numa noite sombria,
Enquanto a neve caía
De beleza pura e leve
Por destino ou por azar,
A morte fê-la parar
Num branco lençol de neve.
Hoje o povo desta terra
Com saudade, olha a serra
Antes do nascer do sol
Na esperança de escutar
as cantigas de encantar
Da pastora rouxinol
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