terça-feira, 13 de julho de 2010

Jorge Vieira

SOLIDÃO

Jorge Vieira

A solidão veste-se de amargura,
Quando à noite descansa no seu leito,
E nem a voz dolente da ternura,
Adormece o grito do seu peito.

Estar só, é encontrar num vazio
O eco das palavras agitadas;
É ter no cais do desespero um navio,
Ancorado no mar de águas paradas.

Solidão, testemunha da inquietude,
Que amordaça as almas carenciadas;
É o canto da tristeza onde a virtude,
Tropeça no calor das madrugadas.

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