INTIMIDADES
é nesta letra indecisa
que cruzo lentamente,
nó a nó,
oceanos de imaginário.
faço do papel o meu mar,
da caneta o meu navio.
ao leme – eu!
o meu destino
é ida sem volta.
através dos meus olhos/vigias,
o meu viver traça rumos
guiados pelo meu coração/bússola.
minhas poucas virtudes
são mar chão.
meus defeitos muitos,
mar encapelado,
vão construindo
as marés do meu existir.
a minha mente
é um oceano de ideias,
que controla
os meus modos/ondas
e minhas tempestades/manias.
… e assim vou navegando
nos mares das minhas
intimidades.
Eduardo Roseira
in “Antologia do 1º Encontro de
Escritores e Artistas de Santa Marinha”,
Junta de Freguesia de Santa Marinha/Gaia, 2011
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