AGARRAR
AS LETRAS
Fazer
poesia é agarrar as letras
Que
flutuam no espaço do tempo
Trazidas
e levadas
Quando
lançadas
Ao vento
Por
maldade?
Por
despeito?
Por
desrespeito?
Talvez!
Serão estas
as letras que formavam
As
palavras das promessas não cumpridas
Que com
raiva e nojo
Foram
lançadas ao vento, desfazendo-se
Do
sentido com que as construíram
Sendo
agora somente letras mortas?
Talvez!
Naturalmente
eram as promessas
Feitas
pelos abjectos seres
Que nos
governam, têm poderes
E
rancores
Estes
não são os nauseabundos necrófagos
Que têm
a morte no seu olhar?
São.
Agarremos
as letras e construamos
Os
alicerces das palavras audazes
Nós
somos imensuravelmente capazes
De
construir de novo
Igualdade,
fraternidade, honestidade
Não
somos nós um Olímpico povo?
Somos.
Não
somos nós um país de temerários
Que
descobriu mundos e fomos esculpidos
Em
granito duro vindo das entranhas da terra?
Então!
Então o porquê de tanta passividade?
Voltemos,
voltemos de novo à nossa realidade
Construamos
com as letras agarradas
A
dignidade da nossa nação
Escrevamos,
sim à democracia
Fascismo,
NÃO…
António
D. Lima
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