Era uma
bruxa tão desgraçada
Vassoura
em pau toda quebrada
Nariz
adunco perdido o cheiro
Quando
alta noite sai do poleiro
Um galo
preto como carvão
Que
furioso a atira ao chão…
É seu
rival, velho e matreiro
Pois o
seu canto é o primeiro
Que à
meia-noite saúda a lua
Que bela
e nova se encontra nua.
E do
celeiro cai de repente
Algo que
estranho lhe parte um dente.
Será
barrote ou uma telha?
Coitada
da bruxa velha
Tão
infeliz e desgraçada
Sem
subsídios, desempregada…
Eis
senão quando um aranhiço
Se enfia
lento em seu toutiço.
Chega a
fortuna. Até que enfim!
Ah! Ah!
Não tenham pena de mim!
Mas
chora a aranha sua desgraça.
No berço
duro o que se passa?
À velha
bruxa que me enganaste!
Devia
saber que eras um traste!
E o teu
toutiço de palha de aço
É disso
prova. Então que faço?
É dia
treze, dia aziago, é sexta-feira.
Não há
feitiço sem feiticeira.
E meu
veneno como é mortal.
Mata a
peçonha; acaba o mal.
Ilda
Regalado
13/07/12
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