quinta-feira, 20 de setembro de 2012

porquê assim…

porquê assim…
 
                Porque não escolher outras formas de dizer? Porquê evitar o discurso racional, organizado e objetivo e deixar-me ir pelos sentidos mais ambíguos?
                E porquê acreditar que um só poema, às vezes uma quadra, apenas, pode substituir a ciência dos tratados e a lógica dos manuais?
                Como é possível encontrar verdades em palavras tão rebeldes, tantas vezes insubmissas… despudoradas, nuas?
                Porque não havemos de aprisionar os loucos, esses cantores do verbo?
                Porque havemos de gastar o tempo em fantasias inúteis de cabeças delirantes? 

                Acaso conheces os sentidos? Os sentidos todos! Esses que nos matam a fome de saber, claro. E os outros… os que precisamos descobrir para dar sentido às nossas vidas.
                Quando os encontrares, procures onde procurares, grita-mos de onde estiveres.
                Pode ser num poema… para eu poder comer. Mastigar avidamente… 

                Apenas porque tenho fome de saber! 

                Ou então… acende as fogueiras no quintal. Amordaça as bocas e apaga as luzes. Mas não cantes! Sobretudo não cantes!
Eduardo Leal

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