quarta-feira, 30 de maio de 2012

BATEU-ME À PORTA

BATEU-ME À PORTA

Bateu-me à porta o poema
Com batida meiga e doce
? Virá pagar sua pena
Como se castigo fosse?...
Sentou-se à mesa comigo
E num tom de bem amoroso
Disse o poema orgulhoso
Eu sempre fui teu amigo!...

Do meu lado eu respondi
Com toda a sinceridade
Eu bem me lembro de ti
Basta veres a minha idade…
Que não é muita nem pouca
Só tem os anos que tem
É a voz da minha boca
Que é filha de mim também.

Já levantados da mesa
O poeta e o poema
A culpa já não lhes pesa
Cumpriram a sua pena!...
Depois da porta fechada
Fica o poema sentado
Calado sem dizer nada
Já com o poeta ausentado!...


Silvestre Bastos

in “Poemas da mesma Mãe”

lido por Ana Maria Roseira

Sem comentários:

Enviar um comentário