PROVETA
fechar versos na gaveta,
à ideia formidável
de fazer bebés-proveta.
Fica o
bebé de infusão
sem a
graça do sentir…também os versos estão
numa gaveta a dormir…
Podem
ser reinventados,
quer o
verso ou o bebé,criá-los, é liberdade,
gostar ou não, também é.
Portanto,
hoje resolvi,
trazer
versos pra arejar,mantê-los presos ali
pra que valera os criar?
Se
ninguém deles gostar,
se não
vos derem contente,meus versos podem rasgar
e pôr as letras ao vento…
Talvez
um bebé-proveta,
já
feito um homem maduro,ao vê-los numa valeta
os leve a porto seguro…
E pra esquecer os cadilhos
que sofreu lá na proveta,
venha a gostar destes filhos
feitos côa minha caneta.
Às
vezes, a criação
é
demais complicada…outras vezes, querendo ou não,
vida eleita é confirmada!
Mas, ó
caneta bailarina,
que
danças rima a preceito,no labor da tua sina
nem sempre o verso é perfeito…
Mas
não há proveta no mundo
que
conceba, num momento,um poema mais profundo
do que o nosso pensamento!
Maria de Lourdes Martins
in "Castelo de Legos"
Um poema tem a sua proveta
ResponderEliminarna nossa cabeça;
útero do seu desenvolvimento,
quando nasce chama-se pensameno!
Figas