terça-feira, 29 de maio de 2012

DOCE SENSAÇÃO SEM TEMPO


DOCE SENSAÇÃO SEM TEMPO

Do quarto meu,
Levemente,
Para o mundo transportada sinto.
Sem contabilizado tempo,
Uma hora, três horas,
Mesmo um segundo, ser parece.
Que sensação esta será,
Que nada ser é,
Se tudo parado está,
E lá fora,
Onde não estou,
A vida... essa;
Se agita,
Se vive!


Dentro de mim,
Afinal, mesmo eu estou,
Estranha e nova sensação é,
Que mal explicar consigo,
Tão subtil sentimento é.
E sem por ela contar dar,
Indescritível paz,
Por mim desce,
Harmonia acompanha-me.
Por toda a minha coluna passeia,
Se acumula e intensifica,
E o amor expande-se,
Muito para além de mim.


No corpo meu,
Tocar não consigo,
Cada orgãozinho,
Longe do lugar,
Onde estou sinto.
Os olhos, nos olhos não estão,
Ouvidos, nos ouvidos não estão,
Boca, na boca não está,
Vejo, ouço e falo,
E mim, dentro e fora,
Que doce sensação será?
Para mortais tantos desconhecida,
Precisamente aí,
A questão está,
Imortais todos somos,
Almas todas tocamos.


Nessa consciência,
Nada acumular interessa.
Liberdade,
Respeito apenas,
E aí, a calma surge,
E nunca mais,
Nada igual,
É, foi, será!


Cristina Maya Caetano

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