sexta-feira, 25 de maio de 2012

ESPELHO BAÇO

ESPELHO BAÇO

De manhã ao levantar
Através de um espelho baço
Vi um velho já carcaço
Olhar para mim a chorar.

Fiquei muito entristecido
E tive de lhe dizer;
Ó amigo você está a ver
Que se parece comigo?

Devo ter a sua idade
E não estou desanimado
Porque não lembro o passado
E aceito a realidade!

Temos rugas, somos velhos
Mas a vida é mesmo assim;
Todos os seres têm seu fim
Oiça bem os meus conselhos.

Eu não o quero ver mais
Assim triste e abatido;
Venha sempre ter comigo
Ambos somos iguais.
 

António Bastos
in “Poemas da mesma Mãe”
lido por Ana Maria Roseira

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