ESPELHO
BAÇO
De manhã
ao levantar
Através
de um espelho baçoVi um velho já carcaço
Olhar para mim a chorar.
Fiquei muito entristecido
E tive de lhe dizer;
Ó amigo você está a ver
Que se parece comigo?
Devo ter a sua idade
E não estou desanimado
Porque não lembro o passado
E aceito a realidade!
Temos rugas, somos velhos
Mas a vida é mesmo assim;
Todos os seres têm seu fim
Oiça bem os meus conselhos.
Eu não o quero ver mais
Assim triste e abatido;
Venha sempre ter comigo
Ambos somos iguais.
António
Bastos
in “Poemas da mesma Mãe”
lido
por Ana Maria Roseira
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