Sonha a gente projectos e propostas,
De um dia fazer algo e ser alguém
Mas o tempo demora nas respostas,
E como tarda a hora desejada,
O dia sonhado nunca vem!
Vão-se os dias e os sonhos vão morrendo,
O tempo vai ganhando em frustrações;
Com os anos, a vida vai perdendo,
Num desgaste constante à própria alma,
O pouco que ficou duma ilusão!
Mas, de seguida, o sonho é renovado,
Abrindo outros caminhos, novos trilhos,
Mistura de presente e de passado,
Com estrelas na senda do futuro,
E outros sonhos – que são dos nossos filhos!
Moreira da Silva
in "Claro-Escuro" - Poesia de esperança e desalento - Gaia, 1985
lido por Eduardo Roseira
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