quinta-feira, 10 de março de 2011

DOURO, MEU RIO

António Ameneiros
DOURO, MEU RIO

Este Douro que apartou os montes,
Com gente e sonhos e barcos fez pontes,
Fez vales e penhascos e socalcos
Fez vinhedos ostentando caprichosos penteados
Fez margens com gosto de mel
Fez vidas amargas de fel
E fez-se rio
Este Douro que enegreceu o xisto
Fez-se amor, ódio, perdição
Fez medo, feitiço, devoção
Fez braços de vida e de morte
Fez-se Mundo, Porto e Norte
E fez-se Rio
Este Douro inquieto e guerreiro
Que descansa nos braços do povo tripeiro
É um mar sereno quando, ao entardecer,
A cidade Invicta se deixa envolver
No seu manto de nevoeiro frio
E, ternamente, lhe chama: Douro, Meu Rio!

Maria Lourdes dos Anjos
lido por João Pessanha

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