quarta-feira, 24 de outubro de 2012

GRITOS ABAFADOS

 
GRITOS ABAFADOS
 
Calou-se a guitarra. Não trina. Dura realidade.
Nem a cotovia e o sino têm a melodia d’antes,
nem o luar é já o luar de verdade…
O teu piar mocho… Talvez tu encantes… 
 
Quebraram as asas aos meus sonhos,
perderam toda a juventude das manhãs.
Ficaram tristes… Grandes… Medonhos…
E, as alvoradas não cheiram às maçãs;
 
Voltou o ‘rouge’ das papoilas pró jardim;
Que fado triste… Que grande minha cruz…
Já não cheira no ar a cravos e jasmim;
 
Para quê sonhar? Andar louquinha assim?
Se o chamar ‘Linda’  não tem aquela Luz
que fez de novo viver… Gostar de mim!
 
Fernanda Garcias 
2012 / 10 / 17

 

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