PASSASTE
Vi-te
passar por mim rapidamente
Julguei-te
por instantes como meu
E
insana não vi de alma pungente
A
minha audácia igual a Prometeu.
Julguei
vires trazer ao eu dormente
De
mansinho o erguer duro do meu véu
Feito
de renda, triste, languescente
Que
atou cada arfar de asa que se ergueu
Que
importa se ceguei de entontecida
Se de
insana erigi toda a ilusão
Se me
dei ao luar de alma rendida.
A
vida é quebranto, enganos mil
É
pois preciso ver com emoção
O
haver até a brancura no anil.
Acilda
Almeida
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