quarta-feira, 24 de outubro de 2012

NADA DE… NADA

NADA DE… NADA
 
Tanto sonhei, tanto quis,
que não me sobrou mais nada!
Tanto sonhei, tanto quis
ser semente germinada
de um amor feito raiz
que não me sobrou mais nada!
 
Sonhei ser música ao vento,
notas soltas pelo ar…
Sonhei a Terra cantada
sem pauta nem instrumento…
Ser estrela, ser a lua.
mas olhei e não vi nada!
 
Tanto sonhei ser a flor
muito airosa e delicada
num canteiro multicor.
Mas fui no sonho roubada
pela abelhinha airosa
que colhe o néctar da rosa
leva tudo, perfumada
e não deixa ficar nada…
 
E a Terra volteia
em constante movimento
dando o seu consentimento
ao sono da Humanidade.
aos sonhos da mocidade!
 
Volteia estonteada
com paixão, encantamento,
mas não parece ouvir dizer…
que eu nada sou, afinal,
neste palco universal
que é o mundo onde vivemos!
Nem sequer fui boa actriz…
pois representei bem mal
o papel que eu tanto quis!
 
Queria ser tudo e sou nada…
Quando Deus nos deu o sonho
como tempero da vida,
não quis o homem tristonho,
criou-o alegre e contente,
Pôs-lhe na alma o sorriso…
e ofereceu-lhe o Paraíso!
Mas o homem não viu nada,
apenas sua ambição,
seu ódio, perseguição,
conquista desesperada
É um alonga caminhada
Mas também queria por fim
sentir-se feliz, amado!
Difícil de procurar
esse amor que é a própria espera,
ou o ser que mora ao lado.
Amor é sentir-se unido
por um laço bem apertado, 

Não sentes isso, não vives, porque então não
sentes
                                                           Nada… 

M. Paulina de Sousa

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