NADA
DE… NADA
Tanto
sonhei, tanto quis,
que
não me sobrou mais nada!
Tanto
sonhei, tanto quis
ser
semente germinada
de um
amor feito raiz
que
não me sobrou mais nada!
Sonhei
ser música ao vento,
notas
soltas pelo ar…
Sonhei
a Terra cantada
sem
pauta nem instrumento…
Ser
estrela, ser a lua.
mas
olhei e não vi nada!
Tanto
sonhei ser a flor
muito
airosa e delicada
num
canteiro multicor.
Mas
fui no sonho roubada
pela
abelhinha airosa
que
colhe o néctar da rosa
leva
tudo, perfumada
e não
deixa ficar nada…
E a
Terra volteia
em
constante movimento
dando
o seu consentimento
ao
sono da Humanidade.
aos
sonhos da mocidade!
Volteia
estonteada
com
paixão, encantamento,
mas
não parece ouvir dizer…
que
eu nada sou, afinal,
neste
palco universal
que é
o mundo onde vivemos!
Nem sequer
fui boa actriz…
pois
representei bem mal
o
papel que eu tanto quis!
Queria
ser tudo e sou nada…
Quando
Deus nos deu o sonho
como
tempero da vida,
não
quis o homem tristonho,
criou-o
alegre e contente,
Pôs-lhe
na alma o sorriso…
e
ofereceu-lhe o Paraíso!
Mas o
homem não viu nada,
apenas
sua ambição,
seu
ódio, perseguição,
conquista
desesperada
É um
alonga caminhada
Mas
também queria por fim
sentir-se
feliz, amado!
Difícil
de procurar
esse
amor que é a própria espera,
ou o
ser que mora ao lado.
Amor
é sentir-se unido
por
um laço bem apertado,
Não
sentes isso, não vives, porque então não
sentes
Nada…
M.
Paulina de Sousa
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