DE
PROFUNDIS
Alguém
no breu da noite
fitou meus fundos olhos
alguém quer que eu me afoite
(desfolho-me e desfolho-os)
alguém
além
me chama
e estende hercúleos braços
(revolvo-me na lama
olhando
longe
os astros)
alguém gritou
- eu posso!
(e o eco devolveu
a escuridão do poço
à luz que vem do céu)
além do vão de um fosso
alguém a voz ergueu
voz de quem ninguém eu ouço
e aquém de quem sou eu
no breu da noite
fitou meus fundos olhos
alguém quer que eu me afoite
(desfolho-me e desfolho-os)
alguém
além
me chama
e estende hercúleos braços
(revolvo-me na lama
olhando
longe
os astros)
alguém gritou
- eu posso!
(e o eco devolveu
a escuridão do poço
à luz que vem do céu)
além do vão de um fosso
alguém a voz ergueu
voz de quem ninguém eu ouço
e aquém de quem sou eu
Fernando Pinto Ribeiro
in: "Poetânea "
lido
por Ana Maria Roseira
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