DOURO
A caricia do Douro nas
suas vides
amarradas aos esteiose daqui a alguns meses
rebentam as pequenas folhas
para a festa do Estio
A chuva e o sol
afagam-lhe o rosto macio
e o ciclo do vinho inicia
a epopeiados trabalhos do campo
que veste uma nova indumentária
botões em flor sairão com os seus fios de trepar
e de agarrar arames
que desde a infância vão subindo, subindo
e alcançam os longes de abraço em abraço
até que os seus dedos recheados de cachos
vão pintando a doce cor das uvas
graças ao sol e ao calor
Veremos então as videiras
adultas
com as uvas maduras,
rubicundas,e a alegria das aldeias anda no ar
com os perfumes
e à noite cantam às estrelas
os poemas de Baco
transparentes de vinho novo
que para ser bom terá de ser pisado
toda a terra canta nos
festejos e no rubor das raparigas
o rio Douro passa lá em
baixofeliz e prazenteiro
Fernando Morais
Sem comentários:
Enviar um comentário