ÀS VEZES
Às vezes
Deixamos
o tempo correr no seu enlearConstruindo pontes infinitas
Por onde vamos passear
E construímos castelos de areia
Onde nos vamos resguardar
E que vento uivando nas ondas
Leva sem rasto deixar…
Às vezes
não cruzamos caminhos
Que os
nossos amigos vêm enlaçarNão olhamos o brilho do sol sorrindo
Na brevidade do seu traçar
Talvez porque insanos
Vivemos chorando
O que houvemos de perder
E não vemos que às vezes queremos
Ter novamente
O que um dia lamentamos não ter…
Por isso
choremos apenas
O não
sabermos manterA criança que um dia dentro de nós
Veio por algum tempo tecer ser ser…
Sejamos
assim sempre e apenas
Eternas
crianças ao viverQue as pontes e os castelos
Terão consistência no seu esmorecer…
Acilda
Almeida
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