NA PARTIDA DE ZECA AFONSO
não… não choro!
(não quero dar-lhes essa
alegria.)não… não escrevo com saudade!
(isso é para quem parte…
e tu continuas connosco!)
que fique de ti
a lembrançade um zeca
num “bairro negro”
sentado numa “pedra filosofal”
à sombra de um embondeiro…
cantando para um “menino d’oiro”
ensinando-lhe a esperança
dos dias felizes,
com que sonhaste…
porque lutaste…
e nos cantaste…
na luta foste
persistência
e coragem na resistência.descansas agora a canseira
“à sombra (da tua) azinheira”,
cantando “eles comem tudo…”
(mas nós sabemos, que nem no “entrudo”,
eles comeram as papas na tua cabeça).
… e a luta, só agora começa!
não serás para nós
um símbolo qualquer.serás, isso sim!
aos olhos de filhos, pais e avós.
o homem que sabe o que quer!
o companheiro que resiste até ao fim!
connosco estarás sempre presente!
serás, companheiro zeca, eternamente!...
Eduardo Roseira
lido por Alzira Santos
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