quinta-feira, 8 de março de 2012

NA PARTIDA DE ZECA AFONSO

NA PARTIDA DE ZECA AFONSO

não… não choro!
(não quero dar-lhes essa alegria.)
não… não escrevo com saudade!
(isso é para quem parte…
e tu continuas connosco!)

que fique de ti
a lembrança
de um zeca
num “bairro negro
sentado numa “pedra filosofal
à sombra de um embondeiro…
cantando para um “menino d’oiro
ensinando-lhe a esperança
dos dias felizes,
com que sonhaste…
porque lutaste…
e nos cantaste…

na luta foste persistência
e coragem na resistência.
descansas agora a canseira
à sombra (da tua) azinheira”,
cantando “eles comem tudo…”
(mas nós sabemos, que nem no “entrudo”,
eles comeram as papas na tua cabeça).
… e a luta, só agora começa!

não serás para nós
um símbolo qualquer.
serás, isso sim!
aos olhos de filhos, pais e avós.
o homem que sabe o que quer!
o companheiro que resiste até ao fim!

connosco estarás sempre presente!
serás, companheiro zeca, eternamente!...


Eduardo Roseira
lido por Alzira Santos

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