A CHUVA
FINA
Miúda e
lenta, leve,
Passeia
nos meus olhos osBrilhantes cristais pequenos
Cobrindo como manto a cinza atmosfera.
Miúda e lenta menina,
Terna em sossego
Pequenina, muito fina,
Acalma a fúria entre o sonho
E o real fogo da fera.
Menina sem voz e canto denso
Sempre leve com seu manto.
Contemplo esta dança do céu
Sem a pressa enervante
Ao anunciar um nascer imaginário
De filhos novos crescendo
Num simbólico perpétuo movimento
Para dar vida sem as contas dum rosário.
É agradável como a sentires igual
Ao borbulhar do champanhe numa festa.
Contínua a dança desta noiva,
Aparece miúda e leve;
Mas alegre!
Desce pequenina, miúda e lenta;
A natureza que te espera e, como mãe
Dela se alimenta no ventre, que seja para
Sempre.
Luís
Pedro Viana
2012
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