sexta-feira, 30 de março de 2012

ANSIEDADE


ANSIEDADE

E a ânsia de fugir a tudo cresce, cresce!
É como a vaga que, feroz, brutal,
Embate, violenta, no areal.

E a ânsia dentro de mim alaga, alaga!
É um Niagara de fel e de revolta
O que anda à minha volta.

E a ânsia de sonhar aumenta, aumenta!
É como a labareda do desejo,
Que se não satisfaz com um só beijo!

E a ânsia de esquecer é enorme, enorme!
Quem pudesse dormir a vida inteira,
Como no berço uma criança dorme!

E a ânsia de viver ainda, ainda!
Deve ser igual à do doente
A quem a vida finda

Sei que esta ânsia jamais terá um fim,
Pois é a ânsia da humanidade inteira
Aquela que eu trago dentro de mim!


Esmeralda Tavares de Carvalho
lido por Alzira Santos

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