quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MONOTONIA


MONOTONIA

Leste os meus novos poemas,
aqueles escritos por último,
os derradeiros,
e eu não sei bem se gostaste,
mas comentaste
que nada tinham de original
e que, afinal,
eram iguais aos primeiros!

Pois é,
como se a dor que os inspira
fosse finda,
ou se mudasse,
e só para te agradar
tivesse de se mascarar,
e se te apresentasse
diferente daquilo que é!

Miguel Leitão
in "O tempo e as coisas"

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