terça-feira, 20 de setembro de 2011

SAUDADE

SAUDADE

A minha irmã Saudade é companheira
que não me desampara um só momento,
como se houvera feito um juramento
de conviver comigo a vida inteira.

Às vezes, fatigado à sua beira,
eu penso abandona-l’a, e, nesse intento,
procuro companhia mais palradeira
que possa dar-me algum contentamento.

Mas como abandonar por um só dia
em troca duma insípida alegria
a velha amiga a quem eu não resisto?

Se conseguisse dela separar-se,
dela eu voltava logo a aproximar-me,
com novo apego nunca dantes visto…

Oliveira Guerra
in Algemas

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