Victor Silva Barros
TÂNTALOEra Inverno. Erguia-se o muro do frio.
Eu tinha as asas caídas
E estavam geladas meus passos,
Lançavas-me de longe um sorriso,
O teu sorriso de festa.
E eu, morto de sede, não podia ir bebê-lo. Entre nós
Uma cortina de vazio e de silêncio.
Ó Tântalo,
Há quantos milénios perpetuas teu sofrer?
Porque não te cumpres de vez e esgotas tua pena?
Ainda tenho que ser eu a provar do suplício?
Miguel Leitão
in Em nome das palavras
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