sábado, 30 de outubro de 2010

TÂNTALO

Victor Silva Barros
TÂNTALO

Era Inverno. Erguia-se o muro do frio.
Eu tinha as asas caídas
E estavam geladas meus passos,
Lançavas-me de longe um sorriso,
O teu sorriso de festa.
E eu, morto de sede, não podia ir bebê-lo. Entre nós
Uma cortina de vazio e de silêncio.

Ó Tântalo,
Há quantos milénios perpetuas teu sofrer?
Porque não te cumpres de vez e esgotas tua pena?

Ainda tenho que ser eu a provar do suplício?

Miguel Leitão
in Em nome das palavras

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