terça-feira, 5 de junho de 2012

MÃE

MÃE

Olhos azuis, cor da maresia,
a xátega na foz meu pai ancorou,
nas ondas tua mão ternur’amacia
nesta mulher-gaivota qu’hoje sou.

Foste tule branco do meu noivado,
tiara que meus cabelos enfeitou,
foste celeiro do gérmen sonhado,
no barro que teu ventre me moldou.

Na terra os pés! Firmeza na raiz!
Boca pão, palavras de sabor a milho!
Caule firme nas palavras que diz.

Na montanha o cabelo branqueou,
tronco curvado… Mimos dum filho
no corpo gasto que o tempo levou…


Fernanda Garcias

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