UMA
ESTÓRIA
Eu amo
os pequenos nadas
que
displicentemente
transformas
em madrugada!
E os
nadas são, de repente,
um
sentir mais que profundo!
Que
força é essa, meu bem,
que me
dá tudo no mundo
mesmo
o que o mundo não tem?
Se de
mim estiveres perto
e a
chuva caia lá fora,
todo o
céu é céu aberto,
vejo
alegria em quem chora!...
Soberba
força é a tua,
que
mesmo de mim ausente,
vou
para ti de alma nua
como
quando estás presente!
Querer
de arroubos serenos,
mais
do que a mim, eu te quero;
se te
ausentas fica o menos
e o
mais é meu desespero!
Sinto-me
ausente daqui…
Meu
amor, que força é esta
que
mata estando sem ti
e
contigo só vivo em festa?
Sou já
semente madura
que
por ti floresceu;
sou
trigo na planura
que
deu pão, me transcendeu!...
E por
longínquos trilhos,
entre
alegrias e medos,
cinco
são os nossos filhos
como
da mão são os dedos.
MARIA DE LOURDES MOREIRA MARTINS
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