Eu olho os teus cansados, Mãe!
E vejo que sob as pálpebras descerradas
Há ternuras que inundam em torrentes
Por onde brotavam as lágrimas derramadas…
E eu sempre te ouço, Mãe!
Os teus prantos são alegrias que em molhos
Afluem ao teu rosto apaziguado
E trazem à minha alma a paz e a harmonia
Que eu nem sempre encontro no mundo conturbado.
Sabes mãe!
Tu trouxeste calmamente à minha vida
O rumor dos doces perfumes matinais
Tu cortaste o azul dos amplos espaços
Tu bordaste com o aroma do jasmim
Os dias que podiam ser enevoados.
Eu já cresci, Mãe!
Mas tu ainda suavizas com bálsamo a minha vida
Tu ainda me recolhes calmamente no teu colo
Tu ainda me dizes palavras de encantar.
Eu sei!
O teu sorriso é imenso
E eu já abri com dureza as minhas asas para o mundo
Mas tu ainda não entregaste o pássaro à fantasia!
E o mundo tem tanto espaço para voar, Mãe!
E sei que eu ainda sou a criança
Que sempre adormeceste nos teus braços!
Acilda Almeida
lido por Inês Almeida
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