terça-feira, 6 de dezembro de 2011

talvez por ser solitário


talvez por ser solitário
não precisa de guitarra
a acompanhar o seu canto
ele emana tanto encanto
ao ergue seu áspero canto
em dias de primavera
nos ramos da cerejeira
em frente à minha janela

solta gaio o movimento
no raiar dum novo acontecer
de devolver o sentido
que vale a pena cantar
perfume de rosas ao vento

ouço o gaio a cantar
em dias de primavera
em frente à minha janela

Teresa Gonçalves
in "pleno verbo"

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