sábado, 25 de agosto de 2012

A UMA MULHER DO MEU PAÍS


A UMA MULHER DO MEU PAÍS
 
Abre as asas, tu que não desistes
de encontrar as asas nos teus braços
e com eles descobrires novos espaços.


Abre as asas, tu que não desistes
de rasgar, no tempo, o calendário
que preenche, em cada dia, o teu diário.


Abre as asas, tu que não desistes
de mostrar que és viva, e continuas
percorrendo, serena, as mesmas ruas.


Abre as asas, tu que não desistes
de mudar a face da cidade
em ímpetos de arrojo e de vontade.


Abre as asas, tu que não desistes
de enfrentar o sol que te encandeia
e quebra a tua última cadeia.

Abre as asas, amor, e segue em frente,
voa sempre, voa sempre, sem cansaço,
e ensina a voar toda esta gente
que continua especada olhando o espaço.

 

Fernando Peixoto
lido por Ana Maria Roseira

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