quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O VELHO GALO DE FERRO


O VELHO GALO DE FERRO

Os corpos dissolvem-se na ténue pele das pedras
Ao longe uma cascata de seda humedece o calor
Da lareira acesa que outrora cozia a enzima
Das verduras que colhia-mos com idealidade

Procurámos os rostos na água benzida
Conseguimos não esquecer a fome
Que nos isolou de parágrafo em parágrafo

À noite um cata-vento sobre as telhas de zinco
Grasnava soluços de ferrugem,
O velho galo de ferro tolhido pelo aviário
Libertava-se em simulacros com medo dos lobos

Não, não deixarei que os lobos uivem de novo 

Carlos Val
lido por Ana Maria Roseira

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