O VELHO
GALO DE FERRO
Os
corpos dissolvem-se na ténue pele das pedras
Ao longe
uma cascata de seda humedece o calor
Da
lareira acesa que outrora cozia a enzima
Das
verduras que colhia-mos com idealidade
Procurámos
os rostos na água benzida
Conseguimos
não esquecer a fome
Que nos
isolou de parágrafo em parágrafo
À noite
um cata-vento sobre as telhas de zinco
Grasnava
soluços de ferrugem,
O velho
galo de ferro tolhido pelo aviário
Libertava-se
em simulacros com medo dos lobos
Não, não
deixarei que os lobos uivem de novo
Carlos
Val
lido
por Ana Maria Roseira
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