SOFRIMENTO
Pedi
licença para entrar e não mais saí!
Com os
pés cansados, mãos trémulas, olhar triste com máscara na cara escondendo a dor
que me cobre, sentei-me bem no fundo para que ninguém me escute a respiração.
Por
vezes cansado, levanto-me e fumo um cigarro.
Atrapalhado,
espalho o fumo para que não o vejas, isolei-me dos telefones do mundo virtual
que me rodeava, esqueci tudo… até o amor que por mim chama.
Quando
me sinto, sinto o peso da dor que os predadores da alma me causaram!
Curvo-me
para me aquecer, abraço-me para me sentir antes que a morte me chame.
Por
vezes acordo numa sonolência de estado de “coma” e deslizo meu corpo ao alto.
Silenciosamente
e desconfiado que venha outra vez o predador de almas, espreito… e uma luz de corpo
coberto de branco com cheiro de incenso imaculado se aproxima temendo eu que
seja uma falsa alma!
Encosto-me
às paredes frias de minha gruta, cortei minha respiração e deixei-me levar por
ti!
Desmaiei,
a teus pés… Agora és tu, que estás sozinha!
Recolheste
teu corpo quente ao meu, quase morto…!
Murmuraste
palavras que de muito longe eu ouvia, julgando que era o diabo… mas a voz era
de um anjo!
Comecei
a sentir que não estava morto, lentamente acordei enrolado a teu corpo, saciei
minha fome de abraços e beijos que muito esperava.
Ângelo
Vaz
in “Capas”
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