ENTRE ROSAS E JASMINS
Há muito que tinha abandonado o teu
olhar.
O Inverno trazia noites frias de
rachar
E a lembrança longínqua do eu corpo
quente
Parecia renascer a chama de nosso
amor ardente.
O tempo indiferente e calmo chegou
veloz,
Com murmúrios e saudade de almas
sós
Numa felicidade roubada anos atrás
Do relicário do amor que jamais
sentirás.
Foi há longo tempo que se perdeu
A alegria e beleza que havia em
mim.
Meu rosto soluça com mágoa a idade –
Não o olhes assim!
Porque a paixão também o vento
levou, teve fim.
Resta a minha alma despojada, quase
morta
Que eu enterro entre rosas e
jasmins à tua porta.
Marco
Santos
in “Avé Sol”
lido
por Josefina Castilho
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