O QUE
DEVO FAZER?
Sinto-me
desesperado
Não sei o
que hei-de fazer
Com o
nome que me foi dado
Fico
todo assanhado
Quando
sou confundido
Com um
juiz e um advogado
Para
triste sina minha
Com o
nome fui baptizado
De
António Duarte Lima
Nesta
decisão não fui ouvido
Não sou
perdido nem achado
Mas isto
de ser confundido
Concluo
que só por castigo
Meu nome
é tão macabro
Se tira
ao nome, António
Fica
Duarte Lima
Este meu
homónimo
Como tem
uma visão felina
Longe
viu o património
Da
Feteira, a Rosalina
Advogou
causas de heranças
Geriu
dinheiros como bem pensou
Colocou-o
em poupanças
Que bons
milhões lhe rendeu
E quando
tudo se descobriu
A
Rosalina, para o outro mundo partiu
E com
esta confusão
Quando o
meu nome é pronunciado
É como
se houvesse uma rebentação
Causada
por um petardo
Todos me
olham de soslaio
Como se
estivessem a ver o Diabo
Simulo
que fico irritado
De ver
tanto sobrolho franzido
Pergunto:
fiz alguma asneira?
Acham
que sou o tal advogado?
Levanto
as pernas da calça e digo,
Vêm
alguma pulseira comigo?
Ficam
logo embasbacados
Por
julgaram ser a minha irritação
Começam
a olhar para o lado
E não
vêem a minha gozação
Mas como
um mal nunca vem só
Meu nome
é de novo enxovalhado
Entrou
um Pires e saiu o Duarte
Fica
tudo de novo baralhado
Como
tenho que desatar mais este nó
Tenho
que o fazer com engenho e arte
Saiu
Duarte Lima advogado
Entrou
Pires de Lima Juiz
Eu é que
sou o condenado
Meu nome
é maltratado
Por
males que nunca fiz
Este
Pires, juiz, é o tal que disse
Que o
tribunal Constitucional
Foi
falacioso na argumentação
Ao
declarar inconstitucional
A
propalada subtracção
Do
subsídio de férias e do Natal
Até
parece que estou em Palco
Em plena
representação
Sozinho
sou o actor
Ora faço
de advogado da treta
Ora faço
de juiz julgador
Ora faço
de falso poeta
O Duarte
Lima vigariza
O Pires
de Lima ajuíza
O
António Lima poetisa
Com tão
boa encenação
E uma
belíssima representação
Os
espectadores; dão grande ovação
António
D. Lima
Julho
2012
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