quarta-feira, 22 de agosto de 2012

INSUBMISSO


INSUBMISSO

Que ninguém me diga como devo ser
que eu não sou palhaço e não me vendi
E nem me perguntem de mim o porquê
porque sou de cá e não estou aqui

Que ninguém me compre
e que ninguém me dome
Que um potro selvagem tem aversão às selas

Que não me recordem normas ou decretos
e nunca me apontem refúgios secretos
só porque me escondo na mão das estrelas

Que os dedos se arrisquem e rasguem ciosos
tumores e tumultos que possam surgir

Que não me lastimem e ninguém me entenda
e que ninguém me fenda esta revolta funda
que me aflora aos olhos e não sei fingir

Que ninguém me afronte e que ninguém me trave
Que ninguém me obrigue a pôr os pés no chão!
Que eu passo por cima das coisas e casas
com as minhas as asas da imaginação 

Fernando Campos de Castro
lido por Idiema

Sem comentários:

Enviar um comentário