Fernando Gomes
in:http://otracoeopincel.blogspot.com/
NOITES DO PORTONoites do meu Porto existiram,
Eram quadros vivos, com muita gente;
Foram castelos de cartas que ruíram,
Como quem morre de repente.
Noites da minha cidade eram festas
Que findavam ao amanhecer;
Hoje são apenas paisagens funestas,
Que começam ao anoitecer.
Já não há a força que nos revela
Nem o vigor de quem trabalha;
Somos o medo presente em cada janela,
Onde há violência… onde se ralha!
Noites da Invicta, que me acompanha,
São devaneios da minha loucura;
Mesmo assim a revolta é tamanha,
Sinto o fel na minha ternura.
Jorge Vieira
in "Manhãs Inquietas"
(disponível na FNAC)
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