Tenho na pele quatro gerações de vida
Sem antes nem agora nem amanhã
Apenas memória e noite despida.
Tenho na pele o que me perde...a cor e a sílaba
Pinto palavras do tempo presente
e assino o dia passado e a hora ausente.
Entre letras e cores, duma ou doutra maneira,
entre riscos e rostos da vida corriqueira
vou colhendo o que sou e vou semeando o futuro.
Mostro na pele cada cicatriz da evolução
e escondo, na alma,o registo da minha progressão
No mar revolto de cada existência,
na aventura da onda que cresce e amedronta
abraço o meu regresso, numa cómoda sequência,
de luta e paz e liberdade plena e amadurecida
e festa no cais de chegada com silêncios de partida.
Nada mais querendo possuir nesta viagem
espero que o futuro renasça na próxima madrugada
numa contínua, teimosa e lenta caminhada.
Com retalhos de vida, pinto o presente e escrevo o futuro.
Vou desbravando mares e arranhando a própria existência
numa universal e quase impiedosa sequência...
Tenho na pele o que me perde...
e na vida encontro tudo o que sou!
Maria Lourdes dos Anjos
Porto, 20 Novembro de 2010
*
ResponderEliminararranhado fiquei,
com o mar revolto,
(vagas de palavras)
de Maria Loudes dos Anjos !
,
Abraço,
,
*