Fernando Gomes
PORTOO Porto das varandas feitas rendas,
O Porto das janelas d’encantar.
O Porto em que o rio é d’oiro quand’o banha,
E é de prata, quando chega ao mar.
O Porto da ribeira medieva,
O Porto das muralhas Fernandinas,
O Porto do Passeio das Cardosas,
O Porto das manhãs com neblinas.
O Porto de Camilo e Júlio Diniz,
O Porto de Garrett e Arnaldo Gama,
O Porto de António Nobre e Augusto Gil,
E tantos outros que lhe deram fama.
O Porto do Imperial e Magestic,
O Porto do ex-Paladium e ex-Rialto
E de outros cafés que já se foram,
Em que as tertúlias tinham ponto alto.
O Porto das cinco pontes majestosas,
Duas delas monumentos mundiais,
O Porto das alminhas da Ribeira,
Onde ainda nos parece ouvir seus ais.
O Porto do Infante D. Henrique,
O nosso grande herói navegador,
O Porto da partida para Ceuta,
O Porto que a ajudou com todo o ardor.
O Porto da bela torre dos Clérigos,
O Porto que deu nome a Portugal,
Mereceu, com toda a dignidade,
Passar a Património Mundial.
Maria Antónia Ribeiro
in "Sentir"
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