Fernando Gomes
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SER POETA E TRIPEIROÉ perceber o que dizem as ondas do mar
É responder ao pássaro que nos vem acordar
É olhar as nuvens que correm no céu
É saber em qual delas o Sol se escondeu.
É perceber o silêncio da saudade
É responder com um sorriso d’ amizade
É olhar a lágrima que corre no rosto
É saber nos lábios, qual é o seu gosto.
É pôr no papel tudo o que se sente
É conseguir mudar a verdade que mente
É acreditar que é bom à nossa volta
É fazer poemas com letras de revolta.
É ser cinza como o granito
É ter olhos cor de esperança
É chorar o meu Porto e achá-lo bonito
É correr nas ruas como se fosse criança.
É ver o Douro morrer na Foz
E transformar o seu grito
Na nossa própria voz.
Maria de Lourdes dos Anjos
in Nobre Povo
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