ENTRE A SERRA E O CÉU
Fica o bailado das borboletas
em seus maneios plácidos e quentes…
O recordar a sós o gosto dos teus beijos
num madrigal de cheiros e cores.
Ente a serra e o céu
fica teu sorriso calmo em barba cor de ébano
e o tropel aflito da tua ausência, Aviador.
Entre a serra e o céu
fica nas águas do Reno, o Morfeu
contrabandista de noites de insónia
e as ancas parideiras do nosso amor.
Entre a serra e o céu
fica o recolher das chapadas fortes do vento
na ebulição da abertura das vogais
nas palavras ainda não ditas,
dum matrimónio e juventude mal vividos…
Entre a serra e o céu
fica o trincar de cerejas em teus lábios,
na frieza das castanhas outonais e
o desejo dum envelhecer sonhado,
entre a escrita e o amor…
Fernanda Garcias
2011
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