REQUIEM
Este poder oculto, que adivinho,
E que em mim próprio julgo possuir,
Dá-me a visão de um mundo tão mesquinho,
Que, em vez de entristecer-me, faz-me rir.
Parado, sem vontade de seguir,
Ao contemplar o lixo p’lo caminho,
Imagino os vindouros a cair
Como avezinha implume cai do ninho…
Quer na pornografia, quer na droga,
Tão enganada vai a Juventude,
Que, num só dia, toda a vida afoga.
Num desgaste precoce assim se ilude,
Levando a Natureza pela soga,
A tão breve Futuro: Um ataúde!
Manoel do Marco
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